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sexta-feira, 14 de agosto de 2009
GOLF GTi 1976 X GOLFGTi 2009,QUEM VENCE ?
Tão certo como afirmar que o carro, na essência, é a mesma máquina inventada no fim do século 19 é dizer que a distância entre um modelo de 30 anos atrás para um modelo atual faz seu descendente parecer personagem de ficção científica. O lançamento do novo VW Golf GTI, apresentado este ano na Europa, proporciona uma boa oportunidade para uma radiografia da evolução da espécie, quando comparado ao fundador da dinastia. Na primeira geração, lançada em 1976, o Golf GTI era considerado um carro inovador. Ele surgiu numa época em que a indústria começava a dar mais atenção ao meio ambiente e trazia um dos primeiros sistemas de injeção de combustível, em substituição ao carburador – o que até então era um dispositivo presente apenas nos modelos mais caros, como Mercedes, BMW e Ferrari. Mas o controle da mistura ar-combustível evoluiu tanto que a queima nas câmaras passou de “mais ou menos completa” a quase total hoje em dia – a ponto de tornar um carro atual quatro vezes mais limpo que um modelo produzido nos anos 70. Linhas de alimentação seladas, catalisadores, dispositivos de recirculação de gases e injeções de combustível eletrônicas, todos recursos criados na década de 70, conseguiram reduzir as emissões de HC e CO em 96% e as de NOx em 76%. Mais tarde, as fábricas passaram a empregar outras tecnologias (já conhecidas), como turbocompressores, comandos de válvulas e coletores de admissão e de escape variáveis, que permitiram controlar ainda mais a mistura e, ao mesmo tempo, aumentar o rendimento dos motores. A potência específica do motor do Golf GTI, por exemplo, passou de 69,3 cv/litro, no modelo da primeira geração, para 105,8 cv/litro, no atual. Nos últimos 33 anos, a eletrônica passou a ser parte integrante e fundamental dos carros, com os computadores monitorando não só o motor mas os diversos sistemas do carro, uma atuação algo semelhante a um sistema neurológico, metaforicamente falando. Os freios ABS, por exemplo, surgiram em 1978 trazendo como benefício a redução das distâncias de parada e, principalmente, a manutenção do controle direcional durante uma frenagem. Como efeito colateral veio o aumento de peso. Maior e com mais conteúdo, o GTI G6 é 509 kg mais pesado que o G1 de 1976. Mas o combate ao sobrepeso é a próxima fronteira a ser conquistada pela indústria, na busca por carros mais econômicos – na linha Mercedes, por exemplo, o atual Classe C é o primeiro sedã da marca que não é mais pesado que seu antecessor, apesar de ter mais conteúdo. Como você pode ver, só mesmo na essência os carros são os mesmos de antigamente.